Formula E – Palco do desenvolvimento sustentável
Willian Mackowiak -CRW Mobilidade Sustentável
A Formula E é uma categoria de corrida de carros elétricos que foi criada em 2014 com o objetivo de promover a tecnologia de veículos elétricos e incentivar a sustentabilidade no esporte a motor. A categoria utiliza carros elétricos de alta performance que competem em circuitos urbanos em diversas cidades ao redor do mundo.
Para a felicidade dos amantes do automobilismo, no dia 25/03/2023 o Sambódromo do Anhembi foi palco da primeira corrida da Formula E do Brasil, evento que reuniu cerca de 23 mil pessoas.
A categoria tem passado por diversas evoluções tecnológicas desde a sua criação, com novas gerações de carros sendo introduzidas a cada poucos anos. Os carros da Formula E são movidos por motores elétricos alimentados por baterias de alta capacidade, e são capazes de atingir velocidades de mais de 300 km/h. A categoria tem atraído cada vez mais fãs e patrocinadores, consolidando-se como uma categoria importante e inovadora no cenário do automobilismo mundial.
Mas e em relação a bateria, como é feita a recarga e apenas uma recarga é suficiente para durar a corrida toda? Antes de responder a esta questão, gostaria de mostrar a evolução da tecnologia no decorrer dos anos. Os carros da Formula E estão na sua 3ª geração, onde foram recebendo melhorias, baterias mais robustas e motores mais potentes. Abaixo, apresento as características de cada geração.
Carros de 1ª geração
A formula E nasceu em 2011, porém, a primeira temporada só ocorreu em 2014, onde a primeira geração dos carros se manteve até 2016. Nesta primeira geração, os carros possuíam uma bateria de 28 kWh, o que não dava a autonomia necessária para completar uma corrida toda, desta forma, os pilotos tinham que trocar de carro no meio da corrida.
Já o carregamento desses carros era feito através de um carregador portátil da ABB de 50 kW, o que permitia uma recarga completa entre 25 e 30 min. O motor era de 200 kW (cerca de 270 cavalos de potência) e os carros chegavam a uma velocidade máxima de 225 km/h.
Carros de 2ª geração
Já os carros de segunda geração, que começou em 2018 e foi até 2022, receberam uma bateria de maior capacidade, com 54 kWh, além do sistema de frenagem regenerativa, os quais fizeram com que o carro tivesse autonomia suficiente para concluir a corrida sem a necessidade de troca de carro ou recarga.
Ainda assim, o carregamento também foi melhorado, utilizando carregadores da ABB de 120 kW, garantindo que o tempo de recarga se mantivesse entre 25 e 30 min mesmo com uma bateria maior. Além do novo chassi o motor também ganhou potência, passando a fornecer 250 kW (cerca de 335 cavalos de potência) fazendo com que os carros chegassem a velocidade máxima de 280 km/h.
Carros de 3ª geração
Os carros de terceira e atual geração, que começou em 2023 e está previsto para ir até 2026, receberam diversas melhorias, que vai desde o chassi até a bateria, que aumentou ainda mais sua capacidade, agora com 67 kWh, o que possibilitou que as corridas sejam mais longas. Como por exemplo, a corrida do Brasil teve duração de exatos 53 min e 35 voltas, em uma pista com longas retas e comprimento total de 2,96 km.
O carregamento também foi melhorado, atualmente os carregadores são de 160 kW, podendo carregar 2 veículos em 80 kW cada ou carregando 1 veículos em 160 kW e mantendo o tempo de recarga de 25 a 30 min. Além disso, o novo motor é de 350 kW (cerca de 470 cavalos de potência) o que permite chegar a impressionantes 320 km/h.
Inovações
Não é de hoje que os carros de corrida são o laboratório de desenvolvimento de novos produtos e não vai ser diferente para os carros da Formula E. Quem sabe, muito em breve poderemos ver em veículos elétricos comercias a mesma tecnologia aplicada na geração 3 dos carros da Formula E, que são capazes de regenerar incríveis 600 kWh de energia durante a frenagem. Além disso, o carregamento das baterias também está disponível em 600 kW, mas o difícil é encontrar carregador e infraestrutura para tanta energia. Isso significa, que não apenas os veículos receberão melhorias, mas a infraestrutura elétrica das cidades terá que acompanhar a evolução e aumentar ainda mais as formas de geração sustentável de energia.
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